Lingerie para crianças?

Após as recentes controvérsias em torno de Thylane Loubry Blondeau, de apenas 10 anos, que posou para a lente de Tom Ford numa edição de há oito meses da Vogue Paris, de modo sensual e adulto, o tema volta à ribalta. Sophie Morin, designer da marca francesa Jours Après Lunes, lançou uma colecção de loungerie (mistura de lingerie com loungewear). A campanha é protagonizada por meninas maquilhadas, com elaborados penteados, e utilizando acessórios das mães, ilustrando quase uma temática pin-up.





Muitos reprovam esta "sexualização" das crianças, dizendo que este tipo de exposição incita à pornografia, outros defendem uma democratização da moda na arte e na fotografia. Numa sociedade em que o sexo vende há que acreditar que este tipo de campanha vai par além das ingénuas brincadeiras em que a filha usa os saltos altos e o batom da mãe. Existe uma franca tendência em tratar as crianças como adultos, basta verificarmos as colecções infantis existentes no mercado, que cada vez mais se aproximam dos cânones adultos. No caso da colecção da marca francesa, o público-alvo vai de meninas dos 4 aos 12 anos, o que se torna ainda mais confuso em termos da relação necessidade-utilizador. Com tão tenra idade este tipo de peças de vestuário não se adequam a nenhuma problemática a não ser à vaidade.



A vontade de incitar responsabilidades a estes pequenos manequins faz com que cresçam sem partilharem uma infância idêntica à de tantas crianças comuns? Ou será que pensam que o trabalho fotográfico que estão a fazer não passa de uma brincadeira e uma forma divertida de conhecerem novos amiguinhos?

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