Onde O Vento Me Levar


  Grécia | Foto de Vadim Sherbakov

Todas as minhas viagens têm sido um acaso, decididas meio por impulso, definidas pela carga laboral e com certeza, uma desculpa para visitar amigos. Até agora o vento sopra e eu vou. A minha ideia era fazer um destino internacional por ano, pois se o trabalho não me permite alargar muito em férias, também adoro ter tempo para a casa e para os meus. Gosto desta forma descomplicada de fazer as coisas, sem pressão nem pretensão de dar a volta ao mundo asap.


Se um dia disse que o meu perfil de turista era cultural, hoje penso duas vezes antes de o afirmar. Adoro descansar e ter tempo para parar, ler, relaxar, comer bem, sem pressas. Tudo coisas que nem sempre encaixam no tal turista de guia na mão e lista interminável de pontos de interesse a visitar. Londres levou-me à exaustão com a quantidade de km feitos em museus. Adorei, mas o corpo ressentiu-se e acabei por não experienciar o quotidiano (e o ambiente nocturno) londrino. Precisava de mais dias. A oferta de programas nesta cidade é tão intensa, tão concentrada que ainda assim fizemos check em vários pontos da nossa lista. Madrid foi maravilhoso, numa escapadinha que resultou numa enorme vontade de revisitar e até viver na capital espanhola. Muitos itinerários culturais, com museus, exposições, monumentos, jardins, comida boa que acompanhava cervejas a óptimos preços, lojas de encantar, gente simpática e acolhedora. São Vicente foi uma experiência totalmente diferente de tudo aquilo que já fiz e vivi: uma autêntica aventura! Com todas as diferenças sociais e culturais que um novo continente oferece, Cabo Verde foi as boas vindas a África e a um povo que eu já conhecia, mas deslocadamente daquilo que é a sua realidade. Foi como passar para uma dimensão diferente, onde a criatividade e a felicidade são contagiantes.

 Cabo Verde | Foto de David Monteiro

Estamos em Agosto, as férias de Verão passaram num fósforo entre o Algarve e o Oeste. A minha tal regra de uma viagem por ano parece-me pouco ambiciosa, por isso vou guardando destinos no coração para assim que possível fugir até eles!

 Foto via A Path to Lunch
Falei aqui que queria muito conhecer a zona italiana Cinq de Terre. Em 2016 e 2017 tenho visto bem de perto esta paisagem singular de casinhas coloridas à beira-mar... Mas pelo ecrã do telemóvel, pois várias pessoas do meu feed Instagram passaram lá férias. São Pedro ofereceu-me ao longe uns laivos desta atmosfera, mas Itália sempre foi um dos países que mais curiosidade me criou. Lembro-me de ser bem bem novinha e adorar um fascículo do Wally que se passava neste país. Ficava fascinada à procura dele entre pizzas, almôndegas, torres inclinadas, coliseus e vespas.


Foto de Masashi Wakui

Japão deve ser, com certeza o local mais longíquo que desejo visitar e sei que um dia palmilharei as ruas de Tóquio e Quioto. Vou culpar a Sailor Moon por esta fixação, mas também toda a imagem que construí da cultura nipónica, tão distinta da europeia e ainda assim tão diversificada. Temos evolução tecnológica e tradição de mãos dadas. Casas típicas, que vemos nos anime, combinadas com arranha céus. As diferentes tribos urbanas exercitam a minha cultura visual e é isso que mais gosto de descobrir num local, as pessoas.


Grécia é um daqueles países que sou vidrada por causa das aulas de história: monumentos, arquitectura, escultura, religião... Na Europa deverá ser uma das nações mais ricas a nível histórico e cultural e a isto juntamos ilhas pitorescas caiadas a branco e azul. São a cultura e a farra num casamento idílico que anseio testemunhar.


Foto de Stefan Hefele

Muitas foram as vezes que indiquei este como um dos meus destinos de sonho e ouvi comentários pouco simpáticos à minha escolha - "Tantos sítios para ir e queres ir aos Açores?!". Sim, quero muito. Talvez por ter conhecido embaixadores para lá de orgulhosos das nossas ilhas... Mas acho que qualquer breve pesquisa às lagoas açoreanas nos deixa com água na boca. Depois temos piscinas naturais de água quente, o cliché do cozido nas furnas, plantações de ananás e chá... E é tudo português!

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