Em 2016 Vou... Conquistar o Meu Emprego de Sonho


Tim Goodman, designer em New York


"Go get a job. Whether it's working as a designer or working in a restaurant and then doing your own thing your own time, it's a reality of life. In the end it's going to be helpful to you and so many others"

Pode ser dentro ou fora da área que se estudou, envolver emigração, começar o próprio negócio ou então não fazem ideia do que o vosso emprego de sonho seria. Todas as opções fazem sentido e o difícil é obter os resultados pretendidos: salário ao final no mês e uma sensação de que fazemos o que gostamos. Quando já se sabe qual a meta final, traça-se um itinerário com algumas paragens, quando não se faz ideia do rumo a seguir, nisto do meio profissional, uma boa ideia é simplesmente começar. Pocurar um trabalho e experimentar, aceitar uma oportunidade, mesmo que não pareça ideal, e ganhar experiência. Vai ajudar a que entendamos melhor aquilo que gostamos e quem somos em diferentes contextos.

Este conselho foi-me dado pelo meu senhor do Reiki, que falou no emprego que vibra connosco, que faz sentido para nós, ser difícil de encontrar. As expectativas muitas das vezes não correspondem à realidade e para além do desemprego assustador, nos últimos tempos tenho visto muitos amigos a trabalhar fora da sua área, da Engenharia passaram para o ramo Imobiliário, do Cinema para a Educação, do Design de Moda para as Vendas, das Belas Artes para a Gestão... Eu mesma também estou incluída nessa percentagem, trabalhando agora em Turismo. Se existe motivação nestas opções de carreira também existe medo e receio por estarmos fora de pé, não conhecermos tão bem as águas de cada indústria. Mas assim as vitórias também sabem melhor, não são um dado adquirido.

Miranda de Sex and the City no início da sua carreira em advocacia

Portanto, o primeiro passo é determinar se sabemos o que queremos fazer. O segundo é arrancar. Esta é a parte mais demorada do processo, pois o medo pode ser paralizante. Mas os currículos não se fazem nem entregam sozinhos e numa época tão competitiva é mesmo preciso dar às pernas para conseguir algo. Nem tanto lebre, nem tanto tartaruga, cada um tem de encontrar o ritmo da sua passada e decidir se vale a pena enviar 100 e-mails por dia, seleccionar os locais que mais lhe interessam e ir lá pessoalmente ou fazer tudo isto. Falando por experiência própria, o mais importante é o networking. Conhecer as pessoas certas abre portas mas pede por um investimento de tempo e sociabilidade extra. Mesmo para os mais tímidos, não dói dizerem aos vossos familiares e amigos o que sabem fazer e oferecerem-se para ajudar em qualquer eventualidade. Pode ser a declaração de IRS, o design de um cartão de visita, fazer babysitting, arranjar uma bicicleta ou dar uma mãozinha na pintura de uma casa. Para além de valorizarem a vossa ajuda, quando souberem de alguém que precise do mesmo serviço, talvez o vosso nome surja. Sim, este pode não ser o vosso emprego de sonho, mas é um passo para lá chegarem e enquanto não chegam sempre estão de cabeça e mãos ocupadas. 

Fátima Costa, minha amiga de infância e psicóloga falou-me exactamente nessa questão da multidisciplinaridade: "O mais importante é não se limitarem em termos de procura de emprego, isto é, serem versáteis relativamente aos locais de trabalho que procuram, mostrarem competências pessoais e sociais positivas, manterem-se ativos durante a procura de emprego ao frequentar cursos de especialização, formações ou congressos que possam ajudar a que se mantenham atualizados e a sentirem-se indivíduos pensantes." Segundo ela, esta proactividade e valorização ajuda a minimizar estados de ansiedade e frustração.
 
Karlie Kloss dando uma de arquivista-bibliotecária

O terceiro passo é a entrevista. Nome que já se tornou pesado e sinónimo de muitas dores de estômago. Por vezes custa até acabar, mesmo que sejam apenas 15 minutos, outras vezes é mais informal e sentimo-nos mais descontraídos e libertos. Depende de quem está do outro lado. Podemos minimizar o stress seguindo um conselho do meu senhor do Reiki: dez minutos antes da entrevista colocar a mão destra no coração e o braço esquerdo bem estendido para a frente, num ângulo de 45 graus, costas direitas e respirar fundo e demoradamente. Durante a entrevista, tal como aprendi numas aulas de Comunicação Empresarial, a linguagem corporal é a chave. Fátima também me refere isso, "A linguagem corporal é algo muito significativo e que nos dá dados importantes acerca do candidato, como se senta, como põe os braços e as mãos, se olha para o entrevistador ou desvia o olhar, são tudo aspetos a considerar." Baseando-me nas tais aulas com a professora Ana Junça do IPT, passo a explicar o significado de certas posições.

Cena do filme The Devil Wears Prada, inspirado na revista Vogue e em Anna Wintour

Membros inferiores ou superiores cruzados - pensem na cruz X, traduz que algo está errado ou é proibido. Na linguagem corporal significa que não estamos abertos ao diálogo ou pouco receptivos à proposta que nos apresentam. Sim, sentar de pernas cruzadas também conta, tanto para homens como mulheres, tentem não o fazer. O ideal para os respectivos géneros é fazerem isto.

Mãos - Se não queremos mostrar as mãos pode significar que estão sujas, traduzindo-se no facto de estarmos a esconder algo ou a mentir. As palmas constantemente para baixo ou mãos atrás das costas são algo a não fazer. Mãos na cintura são sinónimo de vontade de trabalhar.

Pés - Esta é uma questão muito interessante, os pés, sem nos darmos conta, indicam para onde queremos ir. Num caso de impaciência vão dirigir-se para uma saída. Num contexto profissional devemos dirigi-los para os nossos parceiros ou superiores. 

Tiques - Não nos apercebemos mas temos gestos recorrentes no nosso dia-a-dia que estão carregadíssimos de significado. Mexer no cabelo é proibido em entrevistas pois denotará alguma falta de atenção e interesse no discurso que estamos a ouvir ou proferir. Passar a mão atrás do pescoço ou esfregar o dedo no nariz significa que estamos a mentir. Beliscar a orelha é sinal de desconforto e stress e um acto muito comum nas mulheres. Eu não fazia ideia deste tique até dar por mim numa situação embaraçosa a mexer no meu lóbulo!

Olhos - Devem estar postos no entrevistador de maneira interessada e atenta. Enquanto falamos convém termos confiança e demonstrá-la focando os olhos do interlocutor. Desviar o olhar é sinónimo de mentira e um dos significados da linguagem corporal mais fáceis de interpretar.

Postura - O corpo levemente inclinado para a frente, a mão a apoiar o queixo com cotovelo na mesa são elementos que definem a atenção prestada em quem fala. Sentar-se de forma muito descontraída, costas descidas e pernas abertas são sinal de pouca responsabilidade. Uma posição muito recta e rígida mostra desconforto e pouca vontade de interagir. Porém, um caminhar de costas direitas e cabeça levantada significa confiança. 

Termos algum cuidado com a nossa linguagem corporal é importante mas também o é não nos tornarmos escravos destas dicas. Sobretudo temos de mostrar quem somos enquanto profissionais e não fingir comportamentos. Mesmo os actores não conseguem estar em personagem durante todo o seu dia de trabalho! A nossa psicóloga de serviço refere que outros factores podem ajudar o candidato como "mostrar capacidades der liderança (não exagerar), mostrar uma forte capacidade de problem-solving e competências sociais que poderão ser relevantes no exercício da função."

Raf Simons, ex director criativo da Dior

Outras dicas da professora Ana Junça, que posso partilhar principalmente com quem está inscrito no IEFP, é terem especial atenção à apresentação. Muitas das empresas pedem às funcionárias dos serviços públicos para fazerem um filtro com base na aparência dos candidatos. Um pouco terrível esta ideia, mas é real. Roupa e calçado confortáveis e com bom ar são sempre uma aposta óbvia. Menos óbvio é não exagerar em perfume, maquilhagem ou vestirmo-nos como quem vai sair à noite, esteve no ginásio ou vai a um casamento... O meio termo aqui é mesmo a virtude.

No caso das propostas para entrevistas não estarem a surgir, não desistir nem cair na inércia mantém a mente sã. Fazer projectos próprios ou dar continuidade a hobbies, mesmo que sem um cariz lucrativo, faz com que se ocupem as horas livres e se treinem capacidades. Voluntariado também é uma excelente opção, pois ao ajudar os outros ainda fazem o tal networking. Mesmo quando não parecer valer a pena, sonhar alto vai ajudar a ter um pensamento positivo. Esta atitude faz-nos ganhar confiança e manter a sanidade na busca por um emprego ideal. Sonhar alto é aliás um outro conselho vindo do Reiki: devemos lançar às estrelas para conseguir a lua!

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