Fashion Phobia | Eyebrows
 Brooke Shields via Pinterest
De todos os extremos estéticos que existem, estes devem ser os únicos que não suporto, que tenho aversão e fobia: sobrancelhas más! Quase invisíveis, nuas ou riscadas a um só traço. Ou o oposto, muito maquilhadas género Bad Girls Club. 
No Egipto só se usavam pigmentos, criando um arco grosso e bem gráfico. Na Idade Média também depilavam as sobrancelhas e, se não me falha a memória das aulas de História de Arte, raspavam a frente do couro cabeludo, aumentando visualmente o espaço da testa. Nos anos 20 e 30 também foi in depilar a sobrancelha e deixar um fio finíssimo a emoldurar os olhos. Maquilhavam-se com um único risco contínuo sob uma pele de porcelana. As divas dos anos 40 são prova histórica e principal inspiração de full eyebrow design. E até aos anos 90 foi assim...
Quando tinha uns 4 anos, de férias no Algarve, vi a minha mãe depilar
 as sobrancelhas com uma pinça. Mais tarde, durante uma sesta dela, 
resolvi pedir-lhe a pinça para brincar. De boneca Gina na mão e pinça na
 outra, a progenitora consentiu, imaginando ela que se 
prosseguiria uma brincadeira de SPA e esteticitas... A brincadeira foi 
mais um mimetismo à minha mãe e à sua auto depilação. Voltei para perto 
dela quase sem sobrancelhas e a dizer-lhe que afinal aquilo doía e não 
era divertido!
O resultado desta auto mutilação foi ter uma 
moldura para os meus olhos pouco preenchida e difícil de poder arranjar.
 Todas as esteticistas com quem me cruzei disseram que não valia a pena 
mexer-lhes. Excepto uma, sexagenária, que queria (muito) arranjar-mas. 
Olhei para as dela e decidi. Não. É o truque! Reparar nas sobrancelhas 
das especialistas em estética e decidir se é aquilo que queremos na nossa 
cara. As dela eram como as de quase todas as senhoras portuguesas a 
partir dos sessenta anos, finas, um só risco. Como tenho fobia a más sobrancelhas, prefiro ter umas assim-assim, um meio termo sem sal e não um massacre que me altere completamente a personalidade facial e me faça perder a paciência.  
A Cara foi a modelo do ano (embora fale tanto dela, não a adoro) e as 
sobrancelhas bold, que há anos andavam a ser tendência, têm crescido nos rostos alheios. Crescem em pêlo e em lápis, 
em bom e em mau. Este é um aspecto a ter em conta nesta década, uma preocupação cada vez maior entre mulheres e homens (que nunca reparam em quase nada mas sobre sobrancelhas têm opiniões!). Como tendência a estética de sobrancelhas tem um impacto social grande, pois é das alterações físicas mais baratas e fáceis de manter (bem ou mal, com ajuda ou na solidão e recato do lar). Hoje talvez até exista mais peer pressure em questões de pêlo facial que de indumentária.





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