Lena Dunham | Ser em vez de Parecer



Lena Dunham mother work girls season4
Retrato de Lena por Laurie Smith


Este post vem a propósito da chegada de mais uma temporada de GIRLS (dia 11) e da respectiva festa de apresentação. Digo sempre que não sou fan de nada mas após uma renitência em ver a série, que todos os meus amigos me aconselhavam, devorei as duas primeiras temporadas, esperei inquieta pela terceira, li o Not That Kind Of Girl e agora estou cheia de vontade de ver os próximos acontecimentos na vida de Hannah, Shoshanna, Marnie e Jessa!

A única vez que publiquei um outfit de passadeira vermelha, na minha cronologia do facebook, foi um da Lena. Eu não sou nem quero ser esse tipo de pessoa, que faz listas (públicas) do bom, do mau e do assim-assim. Mas a actriz, presente na Gala do MET, vestindo Giambattista Valli, merecia.



Para mim ela merece sempre. Não tem uma imagem à semelhança dos cânones da indústria de Hollywood, nem física nem psicologicamente. Os esterótipos não são a cena dela e prova-o cada vez que chega a um evento. De todas essas vezes as críticas são arrasadoras e escreve-se sempre que o vestido lhe assenta mal, era bonito mas... não era o corte certo para ela, não era a altura da bainha certa para ela, não era o decote certo para ela, não era a cor certa para ela...

Para mim a Lena não tem de acertar se a sua silhueta é pêra ou maçã. O importante ela já sabe: não é de todo baunilha. O seu corpo é como é e muitos pensam que ela o tem de favorecer com truques de prestidigitação para o tentar assemelhar ao modelo da actual sociedade. Mas ela não tem de fazê-lo nem o deve a ninguém. A sua imagem tem de, primeiramente, agradar a ela mesma. A maioria das meninas sonha com momentos cerimoniais, nos quais têm acesso aos melhores materiais, detalhes, texturas e brilhos, a uma equipa de maquilhagem, cabelo e styling. Nisso Lena is that kind of girl. Quer sentir-se uma princesa num vestido lindíssimo desenhado por profissionais que admira. É o tornar as fantasias DELA realidade o que importa e não carregar o peso das expectativas que os outros depositam nela, na imagem que querem que ela construa, como se uma figura mais esguia fosse o único elemento que lhe falta para ter tudo.

Parecendo o que vou escrever totalmente errado a alguns leitores, quando se gosta de moda é fácil ignorar a forma como a roupa assenta no corpo e dar prioridade à forma como a ideia de vestir tal peça nos agrada. Isto acontece tanto com quem aprecia moda numa vertente mais comercial e ligada às tendências, como com aqueles que a veem como matéria conceptual e artística. Acredito que Lena pertença ao segundo grupo e que para ela cada vestido que tem a sorte de usar numa noite de festa, rodeada de fotógrafos, a faz imensamente feliz, sem pretensões de ser aclamada a Rainha de Baile. Acredito que cada conjunto que vista o faça como que a mostrar e apoiar arte e não meramente a ilusão de um corpo "perfeito".

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